Cimento é o material pesado que nos acompanha por mais tempo na construção. Usamos cimento para quase tudo dentro de uma obra. Para aproveitar melhor as vantagens de cada um é importante conhecer seus tipos e usar o cimento certo para cada aplicação.
Além da qualidade da construção, o cimento por ser muito utilizado, também influencia nos custos gerais da obra. Para nós aqui no Casa, o preço do cimento é um balizador do mercado. Quando o cenário econômico não é favorável para a construção civil o preço do cimento é o primeiro a baixar.
Já que a gente quer uma construção boa e com preço justo, vamos conhecer bem os tipos de cimento e suas aplicações!
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) reconhece 11 tipos de cimento. Que podemos resumir em 5 tipos básicos e 3 especiais.
Tipos de cimento:
CP I (Cimento Portland Comum)
CP II (Cimento Portland composto)
CP III (Cimento Portland de alto forno)
CP IV (Cimento Portland Pozolânico)
CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial)
CP RS (Cimento Portland resistente a sulfatos)
CP BC (Cimento Portland de baixo calor de hidratação)
CPB (Cimento Portland Branco)
Entenda as propriedades de cada tipo de cimento:
1. CP I (Cimento Portland comum)
O mais simples dos cimentos. Recebe este nome porque não possui nenhum tipo de aditivo, apenas o gesso, que tem a função de retardar o início de pega do cimento para possibilitar mais tempo na aplicação. Tem alto custo e menos resistência. o CP I quase não é mais produzido no Brasil, sendo geralmente fornecido apenas sob encomenda e direcionado para a indústria.
O CP-I possui a opção com adição:
CP I-S (Cimento Portland comum com adição) – bastante semelhante ao primeiro tipo, porém com uma pequena quantidade de clínquer em sua fórmula. Material pozolânico, torna o cimento mais impermeável.
2. CP II (Cimento Portland Composto)
Possui mais aditivos do que os outros cimentos, que têm apenas gesso. Os aditivos conferem ao cimento um menor calor de hidratação, ou seja, ele libera menos calor quando entra em contato com a água.
O CP-II é apresentado em três opções:
CP-II E (cimento portland com adição de escória de alto-forno) – a escória aumenta a durabilidade. Este cimento é utilizado em materiais que não liberam tanto calor. O uso de cimentos comuns para estas situações resultará em rachaduras.
CP-II Z (cimento portland com adição de material pozolânico) – a argila pozolânica, que confere maior impermeabilidade ao concreto, é um cimento indicado para obras subterrâneas ou outras que fiquem em constante contato com a água,
CP-II F (cimento portland com adição de material carbonático – fíler) – este cimento apresenta grande resistência, tem seu uso indicado para obras que exijam grande resistência do cimento, como obras em concreto armado
3. CP III (Cimento Portland de alto forno)
O cimento de alto forno se destaca por sua grande durabilidade, tem em sua composição de 35% a 70% de escória de alto-forno. É menos poroso e mais durável. Pode ser utilizado para obras convencionais, ou para projetos que apresentem grande agressividade ao cimento, como estruturas metálicas, viadutos, pistas de aeroporto, indústrias, obras de litoral e etc.
4. CP IV (Cimento Portland pozolânico)
Com índices entre 15% e 50% de pozolana, é um cimento com altíssima resistência à compressão, sendo indicado para obras que sejam submetidos a grandes variações de temperatura. Além disso proporciona estabilidade no uso com agregados reativos e em ambientes de ataque ácido, em especial de ataque por sulfatos.
O CP IV possui versões com grande resistência e durabilidade, é pouco poroso, sendo resistente à ação da água do mar e de esgotos.Sua utilização é recomendável em obras de concreto-massa, como barragens e peças de grandes dimensões, fundações de máquinas e pilares; obras em contato com ambientes agressivos por sulfatos e terrenos salinos; tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos ou efluentes industriais; concretos com agregados reativos, pois esses cimentos concorrem para minimizar os efeitos expansivos da reação álcali-agregado; pilares de pontes ou obras submersas em contato com águas correntes puras; obras em zonas costeiras ou em água do mar; pavimentação de estradas e pistas de aeroportos etc.
5. CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial)
É um cimento bastante básico, mas com o diferencial de apresentar alta resistência inicial – se torna duro e resistente em muito menos tempo do que outros modelos. Ao final dos 28 dias de cura, também atinge resistências maiores que os cimentos convencionais. É muito utilizado em obras industriais que exigem um tempo de desforma menor. É recomendado apenas para a fabricação de concretos. Evite usá-lo em aplicações corriqueiras, como em revestimento de argamassa ou em concreto-massa, pois, nesses casos, pode também ocasionar fissuras.
6. RS (Cimento Portland resistente a sulfatos)
Pode ter como aditivos C3A e/ou adições carbonáticas. Como um cimento resistente a sulfatos (mais presentes em esgotos, mares e plantas industriais). Indicado para obras redes de esgoto, ambientes industriais e água do mar.
7. BC (Cimento Portland com baixo calor de hidratação)
Resistente às grandes temperaturas, tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em peças de grande massa, o que evita o surgimento de fissuras e aumenta a durabilidade da estrutura.
8. CPB (Cimento Portland branco)
Sua característica mais marcante é, de fato, sua cor branca. Existem dois tipos de cimento branco. Um deles é o estrutural, indicado para fins arquitetônicos. Além dele, há o não estrutural, indicado para rejunte de cerâmicas.
Espero que este post ajude nas suas escolhas.
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